14 de maio de 2018
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Os efeitos da obesidade na progressão da artrite reumatoide

A obesidade grave está associada à progressão mais rápida da incapacidade na artrite reumatoide. Esta foi uma das conclusões do estudo Obesity, Weight Loss, and Progression of Disability in Rheumatoid Arthritis, publicado na Arthritis Care & Research, revista científica do Colégio Americano de Reumatologia.

O estudo foi liderado pelo Dr. Joshua Baker, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e analisou dados e informações de 23.323 pacientes com artrite reumatoide do The National Data Bank of Rheumatic Diseases (Forward – NDB) e 1.697 pessoas do Veterans Affairs RA (VARA).

Os cerca de 25 mil participantes do estudo foram analisados quanto a obesidade, perda de peso e piora da incapacidade. Os portadores de obesidade severa e artrite reumatoide, já com alguns sinais de prejuízo de movimentos no início do estudo, foram os que apresentaram maior intensificação da incapacidade ao longo do tempo.

Segundo os pesquisadores, a perda de peso destes pacientes poderia auxiliar a reduzir a sobrecarga das articulações artríticas, diminuindo também o ritmo de progressão da doença. No entanto, para os pacientes já com o diagnóstico da artrite reumatoide, a perda de peso torna-se mais difícil devido à incapacidade de se exercitar adequadamente e à propensão de ganhar peso com os medicamentos comumente utilizados.

Esse é um paradoxo difícil para pessoas que vivem com artrite reumatoide ou outras condições dolorosas semelhantes.

O estudo

Os pacientes tiveram registrados seus pesos e alturas a cada seis meses. Aproximadamente metade deles também relatou seu peso estimado aos 30 anos de idade. Foram incluídas, ainda, informações sobre o IMC constantes dos registros médicos eletrônicos dos pacientes.

Cerca de metade dos pacientes do Forward desenvolveu piora da incapacidade após um tempo médio de 2,34 anos. Da mesma forma, 991 pacientes do VARA (58%) desenvolveram piora da incapacidade após um tempo médio de 2,4 anos. Os pacientes gravemente obesos tiveram um risco maior de piora da incapacidade em comparação com pacientes com excesso de peso. Outros fatores foram identificados como importantes na piora da incapacidade: sexo masculino, raça não branca, tabagismo e maior duração da doença.

Artrite reumatoide e atividade física

Segundo os pesquisadores, a obesidade severa está de fato associada à progressão mais rápida da incapacidade devido à artrite reumatoide. Esta informação serve de alerta aos profissionais de saúde, visto que as taxas de obesidade têm aumentado nos últimos anos não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.

O estudo também aponta que adultos com artrite reumatoide considerados obesos severos apresentaram declínio funcional mais rápido e mais dor quando comparados àqueles com peso saudável.

Segundo o Dr. Baker, embora pacientes e reumatologistas devam seguir concentrados principalmente na artrite reumatoide, devem observar se a obesidade não estaria também acelerando outros problemas comuns a estes pacientes e que, comumente, são atribuídos à própria artrite.

 

Obesidade x baixo peso

O mesmo estudo mostrou que a perda de peso em pessoas com artrite reumatoide que já eram magras também estava associada à piora da incapacidade, talvez como resultado da fragilidade relacionada à idade.

Assim, a perda de peso não intencional foi também um fator importante no envelhecimento desta população, tornando-as mais propensas à piora da incapacidade.

Ou seja, ser muito magro pode ser um problema tão grande quanto ser pesado demais para estes pacientes, e os médicos devem estar atentos a isso. Segundo o Dr. Baker, a perda de peso não intencional deve soar um alerta de que o paciente pode estar se tornando frágil e em risco de desenvolver novas deficiências.

Desta forma, ganho de peso e perda de peso são prejudiciais aos sintomas da artrite reumatoide. Além de estarem atentos ao peso ao longo do tratamento de seus pacientes, os pesquisadores sugerem que os reumatologistas avaliem os benefícios de terapias complementares, como a fisioterapia, treinamento de força, terapia ocupacional, ioga e outras.

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