16 de agosto de 2009
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Alterações Hormonais do Obeso

Alterações Hormonais do Obeso
15 de agosto

Um dos simpósios da tarde do sábado, dia 15/08, no XIII CBOSM, discutiu alterações hormonais no obeso. Nesse grupo de trabalho, destaca-se a palestra do Presidente da SBEM, professor da PUC e diretor do IEDE, Dr. Ricardo Meirelles. Intitulada “Obesidade e Gônadas”, nela o especialista buscou ilustrar relações entre a obesidade e possíveis alterações no aparelho reprodutor masculino e feminino.
   
Dr. Ricardo explicou que, na mulher, a resistência insulínica, que é fisiológica na puberdade, pode ser estimulada pela obesidade, que aumenta a insulinemia, com consequente diminuição da SHBG (proteína transportadora de hormônios sexuais), aumentando também a disponibilidade de esteróides sexuais livres e a potencialização da maturação. Além disso, estudos demonstram que, nas mulheres obesas, a maturação sexual pode ser prematura, como consequência da hiperinsulinemia. Ao comparar as meninas obesas com as não obesas, no início da puberdade, existem mais  androgênios circulantes no primeiro grupo do que nas não obesas.

   
Sobre o índice de androgênio livre em jovens obesas e após perda de peso, Dr. Ricardo Meirelles explicou que quando perde peso, a menina tem o androgênio livre diminuído também. Em adolescentes com excesso de peso e aumento de androgênios livres, o emagrecimento pode normalizar os níveis de hormônios masculinos circulantes. Dr. Ricardo expôs um trabalho que sugere a administração da metformina, que diminui a hiperinsulinemia em meninas e diminui a velocidade de instalação da puberdade. “Este trabalho é único, de modo que devemos esperar por trabalhos semelhantes”, afirmou.

O palestrante expôs casos selecionados de uma dissertação de mestrado da PUC sobre ovários policísticos, mostrando que o hiperandrogenismo se associa com o aumento de peso nas mulheres.


Peso Corporal e Incidência de Câncer

   
O especialista estabeleceu possíveis relações entre o peso corporal e a incidência de câncer de mama e de endométrio, ao afirmar que, nas obesas, há aumento do risco de desenvolvimento desses tumores. Na menopausa, Dr. Ricardo explicou que não há necessariamente uma relação com aumento de peso, mas com a concentração de gordura na região abdominal. Entretanto, o tratamento com estrogênio pode reverter o quadro de obesidade central.

   
No homem, Dr. Ricardo explicou que existe uma relação direta entre a medida da circunferência abdominal e os níveis circulantes de testosterona, no sentido de que, quanto mais gordura existe no abdômen, menos testosterona circulante. Nos homens com disfunção erétil, a presença de Síndrome Metabólica aumenta a prevalência de hipogonadismo.

Nesses casos, Dr. Ricardo sugeriu que a prescrição de testosterona, corrigindo o hipogonadismo, pode auxiliar a perda de peso. Muitas vezes quando atingido um peso mais adequado, pode ser interrompido o uso de testosterona, pois a produção desse hormônio se normaliza.


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