06 de março de 2025
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Evento esportivo para quem fez bariátrica

Incentivar alguém que vinha levando uma vida sedentária a calçar os tênis e colocar o corpo em movimento dia após dia nunca é assim tão simples. Mas, especialmente no caso de pacientes com obesidade que passaram pela cirurgia bariátrica — muitos dos quais não tinham o hábito de se exercitar antes —, estimular uma rotina ativa é fundamental.

“No pós-operatório, o exercício ajuda a manter a massa magra e os resultados metabólicos. Eleva a autoestima também, favorecendo a adaptação a sintomas que podem aparecer. O paciente que adere pra valer à prática de uma ativada física passa, inclusive, a ter outro cuidado com a alimentação. E tudo, então, parece ficar mais fácil”, nota Paulo Campelo, cirurgião bariátrico do Centro de Tratamento da Obesidade e Diabetes do Hospital São Camilo, em Fortaleza. Ele é, ainda, presidente do Capítulo do Ceará da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).

Nos seus quinze anos de experiência operando pessoas com obesidade, o doutor Campelo sempre procurou incentivá-las por meio do próprio exemplo. Afinal, ele já correu seis maratonas e participou de uma prova de Meio Iroman. Até que, em 2023, percebeu que só ficar falando sobre o assunto no consultório não era suficiente. Precisava mostrar aos pacientes que eles também conseguiriam participar até de uma corrida se quisessem, por que não?

Foi com isso na cabeça que, em 2023,  criou a primeira edição do BariMov.  “O nome vem de ‘bariátrica’ e de ‘movimento’”, explica. “Aliás, nosso slogan é ‘a vida pede movimento’, algo em que acredito muito.”

Procura crescente

O evento é semestral e totalmente gratuito. “Nossa proposta é que o participante doe alimentos na mesma quantidade de quilos que perdeu até a véspera do BariMov“, diz o cirurgião, animado. “Mas, claro, se alguém não tem condições para doar tanto, aí basta trazer duas latas de leite.” Os alimentos arrecadados são entregues em orfanatos, abrigos de idosos e entidades religiosas.

“Na primeira edição, realizada exatamente num 4 de março, Dia Mundial da Obesidade, tivemos 70 inscritos”, lembra o doutor. “Corri atrás de um apoio aqui e outro ali e a capacidade máxima era esse número de pessoas, já que queríamos oferecer  toda a estrutura”  Resultado: os seus pacientes esgotaram as vagas em poucos dias.  De lá para cá, aconteceram outros três eventos, todos disputadíssimos.

Os locais variaram: o cenário do BariMov já foi a avenida Beira Mar, cartão postal de Fortaleza, a pista de atletismo de uma faculdade e uma academia da cidade. Agora, o doutor Paulo Campelo procura a locação dos próximos, programados para junho e novembro deste ano.

“Queria encontrar uma academia com espaço para acomodar umas 200 pessoas”, explica. É uma expectativa bem realista. O último BariMov já contou com 150 esportistas bariátricos. Os que foram operados mais recentemente ou que estavam com menos condicionamento participaram da caminhada. Outros começaram a treinar entre um BariMov e outro e não dispensaram a corrida. Aliás, a turma, cada vez maior, tem permanecido conectada o ano inteiro. As atividades de resistência foram incorporadas à programação com a ajuda preciosa do personal trainer Bruno Nobre.

“É por isso, aliás, que eu quero fazer o BariMov em uma academia outra vez”, justifica o cirurgião. “Quem procura emagrecer ou manter um novo peso fica com ideia fixa nos exercícios aeróbicos, achando que eles são melhores para essa finalidade. Olha que sou um corredor, mas sei que manter uma boa musculatura com a ajuda de pesinhos e aparelhos é essencial, de modo que aproveito a oportunidade do evento para reforçar esse conhecimento entre o grupo.”

Quer ver o médico animado? É quando chega um paciente para ser operado e, na consulta,  depois ouvir respostas para todas as suas dúvidas sobre o procedimento, finaliza com a pergunta: “E, doutor, quando será o BariMov? Eu já vou poder participar do próximo?”.

Para o médico, é sinal de que o BariMov virou assunto entre quem cogita a cirurgia e que serve para dar à população uma mensagem de saúde, mostrando quem vive o tratamento da obesidade cheio de ânimo e  em movimento. “Eu ficaria feliz se mais colegas cirurgiões bariátricos fizessem iniciativas parecidas pelo Brasil”, garante o médico. O primeiro passo ele já deu. #MudarOMundoPelaNossaSaúde

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