22 de agosto de 2017
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Por que algumas pessoas se tornam obesas e outras não?

Esta é uma das perguntas que levou uma equipe de pesquisadores do Institute for the Developing Mind at Children's Hospital Los Angeles, ao estudo com uso de exames de imagem para investigar respostas neurais a alimentos entre adolescentes com excesso de peso em comparação com adolescentes magros. A equipe observou que os estímulos alimentares ativavam as regiões do cérebro associadas à recompensa e emoção em todos os grupos. No entanto, os adolescentes com risco crescente de obesidade tiveram progressivamente menos atividade neural em circuitos do cérebro que apoiam a autorregulação e a atenção.

A novidade é que o risco de obesidade vai além da ausência ou presença de impulsos para comer alimentos de alto teor calórico, “mas também e, talvez, mais importante, pela capacidade de controlar esses impulsos”, salientam os pesquisadores. “Nós queríamos usar imagens cerebrais para investigar uma questão-chave na ciência da obesidade: por que algumas pessoas se tornam obesas, enquanto outras não?”, destacou Susan Carnell, PhD, professora assistente de Psiquiatria Infantil e Adolescente, Johns Hopkins University School of Medicine e primeiro autora no estudo, na ocasião da divulgação do trabalho.

Dos 36 adolescentes, com idades entre 14 e 19 anos, selecionados para o estudo, 10 tinham obesidade, 16 peso normal, mas considerados com alto risco de obesidade, porque tinham mães com excesso de peso/obesidade e 10 eram magros com baixo risco para obesidade. Os adolescentes foram submetidos a varredura cerebral, enquanto eles visualizavam palavras que descreviam alimentos ricos em gordura, alimentos com baixo teor de gordura e itens não alimentares. O apetite foi avaliado em resposta a cada palavra estímulo. Após a atividade, todos os participantes foram levados a um buffet que incluía alimentos com baixas calorias – para relacionar as respostas dos testes dos participantes ao comportamento do mundo real.

Os investigadores observaram que depois de ver palavras relacionadas com alimentos, os circuitos cerebrais que apoiam recompensa e emoção foram estimulados em todos os participantes. Em adolescentes que eram obesos ou que estavam magros, mas com alto risco familiar de obesidade, observaram menos ativação nos circuitos de atenção e autorregulação.

Além disso, a relevância do mundo real refletiu as descobertas do exame – a ingestão de alimentos no buffet foi maior nos participantes com excesso de peso/ obesidade, seguido dos adolescentes com inclinação/alto risco e menor no grupo de peso normal/baixo risco.

 

Referência: Susan Carnell, Leora Benson, Ku-Yu (Virginia) Chang, Zhishun Wang, Yuankai Huo, Allan Geliebter, Bradley S. Peterson. Neural correlates of familial obesity risk and overweight in adolescence. NeuroImage, 2017; 159: 236 DOI: 10.1016/j.neuroimage.2017.07.052

Imagem: Pixabay

 

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