09 de agosto de 2018
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Obesidade infantil que vem das telas

Publicado esta semana no AHA Journal, periódico da American Heart Association,  o  estudo Sedentary Behaviors in Today’s Youth: Approaches to the Prevention and Management of Childhood Obesity: A Scientific Statement From the American Heart Association revela os prejuízos causados pelo excesso de tempo que as crianças têm estado em frente a dispositivos eletrônicos como celulares, tablets e também televisão e computadores.

Estes hábitos, cada vez mais frequentes no mundo inteiro, estão tornando as crianças mais sedentárias, e o comportamento sedentário está diretamente ligado ao excesso de peso e à obesidade, especialmente em crianças e jovens.

O estudo foi liderado pela Dra. Tracie A. Barnett, especialista em obesidade pediátrica e comportamento sedentário na Université du Québec, em Montreal, no Canadá.

Segundo os pesquisadores, embora o hábito de assistir televisão entre as crianças tenha diminuído nas últimas duas décadas, outras telas estão tomando o lugar das televisões, consumindo mais e mais tempo e atenção das crianças.

Os pais, mais do que nunca, desempenham um papel fundamental na criação de hábitos saudáveis ​​em seus filhos, afirma o Dr. Goutham Rao, coautor do estudo e presidente do Departamento de Medicina de Família da University Hospitals Cleveland Medical Center. Manter as crianças longe de seus dispositivos não é tarefa fácil, mas os pais devem ter regras e impor limites, sugere.

Segundo o especialista, as crianças sempre encontrarão o que fazer se o tempo com os dispositivos eletrônicos for restringido. E seja qual for a outra atividade, provavelmente será muito mais saudável, aposta.

 

As telas e as crianças

Um levantamento realizado pelo Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos da Califórnia, nos Estados Unidos, concluiu que crianças de 5 a 8 anos passam quase três horas por dia assistindo TV e usando smartphones, tablets ou outros dispositivos.

Em 2017, nova pesquisa promovida pela Nielsen com mais de quatro mil famílias concluiu que uma em cada cinco crianças de 10 anos tem seu próprio smartphone.

Com estes números, não é de se estranhar que o tempo na tela excessivo possa estar associado, também, à má qualidade do sono, maus hábitos de leitura e prejuízo em habilidades sociais, além de vincular o tempo de tela a problemas de saúde.

 

Prejuízos à saúde

Os comportamentos sedentários estão contribuindo para a obesidade entre as crianças americanas. As taxas de obesidade em crianças de 2 a 19 anos aumentaram, no final dos anos 80 e início dos 90, de 10% para 18,5% em 2016.

Já em 2014, um estudo mostrou que adolescentes que passam mais tempo assistindo TV, jogando videogames ou em um computador são mais propensos a serem obesos e desenvolverem síndrome metabólica quando adultos. Estas condições aumentam o risco de doenças cardíacas e AVC.

Este trabalho, no entanto, não encontrou uma conexão entre o comportamento sedentário das crianças e outros fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial ou elevados níveis de colesterol.

Há, porém, indícios de que o impacto do tempo excessivo em celulares, tablets e afins possa repercutir também em notas mais baixas e piora geral da saúde das crianças.

 

Recomendações dos especialistas

A Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças entre 2 e 5 anos sejam limitadas a uma hora de tela por dia. Os limites devem aumentar proporcionalmente para crianças mais velhas. Os pesquisadores sugerem, inclusive, que mães e pais envolvam as crianças na elaboração de regras de tempo e local para o uso dos eletrônicos, para que a família possa cumprir.

O consumo passivo também deve ser evitado, como por exemplo deixar a televisão ligada mesmo quando não há ninguém assistindo.

Outra dica dos especialistas é manter estes dispositivos fora dos quartos e também da mesa de jantar. Os períodos sem os aparelhos devem ser aproveitados para realizar coisas em família, como preparar uma refeição juntos, jogar jogos de tabuleiro ou dar uma volta pelo bairro.

 

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