12 de dezembro de 2018
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Obesidade está cada vez mais ligada à baixa renda nos EUA

Renda familiar baixa está associada a maior probabilidade de obesidade e diabetes. Esta forte correlação negativa se desenvolveu principalmente nos últimos 30 anos. É que mostra uma pesquisa realizada por pesquisadores do Tenesse e de Londres. O que se nota é que desde a década de 1990 tem havido um crescimento da obesidade e do diabetes nas regiões mais pobres dos EUA. O crescimento é considerado por especialista algo sem precedente na história recente em relação a mudanças na fisiologia humana, se pensarmos que já um século atrás o fenômeno era praticamente desconhecimento para os cidadãos norte-americanos e de países desenvolvidos.

O estudo analisou dados disponibilizados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças sobre os níveis de obesidade, atividades de lazer, taxas de renda e incidência de diabetes. Na maioria dos casos, esses dados foram compilados para cerca de 3.000 condados dos EUA. Os pesquisadores também se basearam em dados coletados pelo projeto Food Access Research Atlas, que documentavam o acesso de uma pessoa a veículos e a proximidade de supermercados e hipermercados, onde podiam comprar alimentos acessíveis e nutritivos.

A análise mostra que, em 1990, quando as taxas de obesidade em escala populacional nos EUA eram cerca de um terço do que são hoje, não havia relação entre renda e obesidade ou diabetes. Em 2015, havia uma forte probabilidade de que obesidade ou diabetes fossem típicos em famílias de baixa renda. Em estados como Alabama, Mississippi e West Virginia, onde a renda familiar média era inferior a 45.000 dólares por ano, 35% das pessoas tinham obesidade. Em estados mais prósperos, como Colorado, Massachusetts ou Califórnia, onde as famílias ganhavam em média 65 mil dólares por ano, um em cada quatro cidadãos tinha obesidade.

O que se especula é que o fácil acesso a alimentos contendo xarope de milho rico em frutose pode estar gerando níveis de obesidade. No passado, a dieta das pessoas continha muito pouco açúcar e nenhum carboidrato refinado. O consumo global de açúcar na dieta americana aumentou gradualmente no século XX, passando de 12% da energia alimentar dos EUA em 1909 para 19% no ano 2000.

O xarope de milho com alto teor de frutose tem sido usado nos EUA desde 1970. Até o ano 2000, cada pessoa nos EUA consumia em média cerca de 27 quilos por ano, o que representa cerca de metade de sua ingestão anual total de açúcar. O xarope de milho é o principal adoçante em refrigerantes. Em 2016, o domicílio médio dos EUA gastou 7% e as famílias de baixa renda gastaram 9% de sua renda em refrigerantes.

Referência: Bentley. R.A. et al (2018). Recent origin and evolution of obesity-income correlation across the United States, Palgrave Communications DOI: 10.1057/s41599-018-0201-x

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