16 de maio de 2018
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Obesidade eleva os riscos de arritmia cardíaca em homens e mulheres

Tanto homens quanto mulheres com sobrepeso ou obesidade podem ter mais chances de desenvolver fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca na qual o ritmo dos batimentos cardíacos torna-se mais rápido e irregular.

O estudo Sex Differences in the Impact of Body Mass Index on the Risk of Future Atrial Fibrillation: Insights From the Longitudinal Population‐Based Tromsø Study, publicado no Journal of the American Heart Association, constatou que o risco é ainda maior entre os homens. A boa notícia é que já a partir de uma pequena redução de peso, o risco diminui, e segue reduzindo gradativamente à medida que o IMC se aproxima do peso adequado.

De acordo com a autora principal do estudo, Dra. Jocasta Ball, do Instituto Baker Heart and Diabetes, em Melbourne, Austrália, não são apenas o excesso de peso ou a obesidade que afetam a estrutura do coração, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento da fibrilação atrial. Outros fatores de risco podem participar, como por exemplo a pressão alta.

A fibrilação atrial e o coração

A fibrilação atrial é o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum, afetando cerca de 2 a 3% da população mundial, revelaram os pesquisadores no estudo. Nesta condição, os átrios do coração deixam de se contrair em um ritmo sincronizado, comprometendo a circulação sanguínea.

O diagnóstico do problema é mais frequente após os 50 anos de idade, e vem aumentando ao redor do mundo, assim como o excesso de peso e a obesidade entre a população.

O estudo norueguês

Os pesquisadores examinaram dados de 24.799 adultos na Noruega, que foram acompanhados por cerca de 16 anos para verificar o impacto das alterações de peso ao longo dos anos na chance de desenvolver fibrilação atrial. A idade média dos participantes no início do estudo era de 45,5 anos, sendo 52,9% mulheres. A maioria deles começou com um peso saudável, com base em seu índice de massa corporal (IMC).

Foram identificadas diferenças entre os gêneros no risco de desenvolvimento de fibrilação atrial, com associações mais fortes nos homens do que nas mulheres.

Para as mulheres, o padrão foi semelhante ao dos homens em pesos mais baixos. Mas nas participantes com IMC mais alto, a associação entre obesidade e fibrilação atrial não foi tão forte quanto nos homens.

IMC e o risco de fibrilação atrial

Ao final do acompanhamento, 811 mulheres (6,2%) e 918 homens (7,9%) desenvolveram fibrilação atrial. Tanto nos homens quanto nas mulheres, menores IMC reduziram o risco de fibrilação atrial e maiores IMC aumentaram.

A redução do  IMC ao longo do tempo foi associada a uma diminuição do risco de fibrilação atrial futuro, assim como o aumento no IMC repercutiu em crescimento do risco.

Com o IMC 18, ou seja, indivíduos abaixo do peso normal, houve 25% menos propensão à fibrilação atrial do que nos homens com IMC 23. Homens com IMC 20 eram 14% menos propensos a desenvolver fibrilação atrial do que os homens com IMC 23.

As mulheres com IMC 18 eram 18% menos propensas a desenvolver fibrilação atrial do que as mulheres com IMC 23. Já nas mulheres com um IMC 20, o risco foi 11% menor.

Na outra ponta, homens com obesidade graus II e III tiveram acima de quatro vezes mais chances de desenvolver fibrilação atrial do que os homens com peso saudável, revelou o estudo. Em contraste, mulheres com os mesmos níveis de obesidade apresentaram quase o dobro do risco de desenvolver fibrilação atrial comparadas às que mantinham o peso saudável.

Mesmo dentro dos níveis considerados normais, um IMC maior estava associado a um risco maior de fibrilação atrial. Por exemplo, em comparação com um IMC 23, que está dentro da faixa de peso saudável, homens com IMC 25, levemente acima do peso, apresentaram 14% mais chances de desenvolver fibrilação atrial.

Conclusão

O estudo não teve o objetivo de provar se a obesidade causa ou não a fibrilação atrial, pois esta relação já está bem estabelecida. O intuito era verificar as diferenças específicas de gênero na influência do IMC na incidência de fibrilação atrial.

Para o paciente, reconhecer o sobrepeso ou a obesidade, e saber que o seu risco de desenvolvimento de fibrilação atrial está aumentado, mas que mesmo pequenas reduções no IMC podem reduzir esse risco, será um grande incentivo na luta contra a balança.

Os resultados serão importantes para a elaboração de estratégias preventivas específicas para homens e para mulheres, bem como para a promoção de políticas públicas. Mesmo reduções modestas no IMC podem ter um efeito significativo na saúde da população com relação à fibrilação atrial.

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