23 de outubro de 2017
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Nova droga em estudo pode trazer perda significativa de peso

Nova droga que visa o sistema de controle do apetite no cérebro pode trazer perda significativa de peso em pessoas com obesidade clínica, de acordo com uma nova pesquisa.

Em média, as pessoas perderam 5 kg ao longo de um período de 12 semanas após receberem doses semanais de semaglutida, um composto que está sendo desenvolvido atualmente como um tratamento para Diabetes.

A maior parte da perda de peso veio de uma redução na gordura corporal, disseram pesquisadores da Universidade de Leeds depois de revisar sua eficácia. A droga reduziu os desejos por comida. As pessoas escolheram comer refeições menores, diminuindo suas preferências para alimentos com maior teor de gordura. O estudo também contribuiu para a compreensão científica de como a terapia com drogas pode ser usada para combater a obesidade. Pela primeira vez, os cientistas viram o benefício de uma segmentação muito específica de receptores ou sensores que poderiam afetar múltiplos componentes do sistema de controle de apetite do cérebro.

Para os pesquisadores da Universidade de Leeds, o que mais impressionou foi a potência de ação da droga, com resultados em 12 semanas que podem levar até seis meses com outras drogas antiobesidade.

A pesquisa foi publicada na revista Diabetes, Obesity and Metabolism.

A semaglutidaa possui estrutura química muito semelhante ao hormônio GLP-1, que agiria no centro de controle do apetite no hipotálamo no cérebro para reduzir a sensação de fome.

Dada a estreita semelhança entre o semaglutida e o próprio produto químico de controle do apetite do corpo, o estudo analisou se a droga também poderia ser usada para combater a obesidade atuando nos receptores de controle de apetite do cérebro.

A potência da droga, segundo os pesquisadores, provavelmente deve-se à ação dos receptores de GLP-1 em amplos aspectos do sistema de controle do apetite, incluindo a fome, o desejo e os aspectos de recompensa.

No estudo, o medicamento foi administrado em 28 pessoas com índice de massa corporal (IMC) entre 30 a 45 kg/m2 – o que significa que eles estavam com excesso de peso e com muita gordura corporal.

Os participantes foram divididos em dois grupos – metade usou o semaglutida e a outra metade de uma substância placebo durante 12 semanas. Eles não sabiam o que estavam recebendo.

No final das 12 semanas, eles foram convidados para um centro de testes e ofereceram um almoço e uma refeição à noite e disseram para consumir o máximo que precisavam para se sentir satisfeitos. O que eles estavam comendo foi gravado, juntamente com preferências alimentares e suas sensações de gostar e querer o que era servido. O peso e a composição corporal – a porcentagem de gordura corporal – também foram registrados.

Eles então repetiram o processo, com os participantes que receberam semaglutida desta vez obtendo o placebo e vice-versa.

Os resultados foram então comparados. A equipe de pesquisa descobriu que, em média, a ingestão diária de energia, uma medida da quantidade de alimento consumida, foi 24% menor entre o grupo da semaglutida.

Uma outra característica do estudo foi que o gasto energético medido dos processos metabólicos (a Taxa Metabólica de Descanso) permaneceu aproximadamente o mesmo ao longo do experimento, sugerindo que a perda de peso não poderia ser devido ao fato de o metabolismo se tornar mais ativo. Conseqüentemente, a perda de gordura produzida pela droga pode ser atribuída a um melhor controle sobre o apetite.

A droga ainda está em fase de estudo e não há previsão de lançamento.

 

Jornal de referência:

  1. John Blundell, Graham Finlayson, Mads Axelsen, Anne Flint, Catherine Gibbons, Trine Kvist, Julie B. Hjerpsted. Effects of once-weekly semaglutide on appetite, energy intake, control of eating, food preference and body weight in subjects with obesityDiabetes, Obesity and Metabolism, 2017; 19 (9): 1242 DOI: 10.1111/dom.12932

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