20 de março de 2009
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IMC Alto Leva a Aumento da Mortalidade

Por Beth Santos


Trabalho recente de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que analisou 57 estudos feitos na Europa e na América do Norte com quase 900.000 pessoas, concluiu que um índice de massa corporal (IMC) alto está relacionado a taxas de mortalidade maiores. Cada 5kg/m² a mais no IMC resulta em aumento de um terço na mortalidade geral. A idade média dos participantes dos 57 estudos é de 46 anos, com 61% de homens.


Tanto em homens quanto em mulheres, a mortalidade encontrada foi menor quando o IMC estava nos níveis ideais. Cada 5 kg/m² adicional traduziu-se em um aumento de 40% na mortalidade por doenças do coração, derrames e demais problemas vasculares; de 60% a 120% para diabetes, doenças de fígado e rins; de 10% na mortalidade por câncer; e de 20% de aumento em pessoas com doenças pulmonares.


Os pesquisadores revelaram que a obesidade moderada reduziu a expectativa de vida de dois a quatro anos, enquanto a do tipo severa ou mórbida subtrai de oito a dez anos de vida dos indivíduos atingidos.


“A conclusão é simples: excesso de peso diminui a expectativa de vida”, comenta um dos coordenadores da pesquisa, Gary Whitlock. Segundo ele, em países como Inglaterra e Estados Unidos, pesar um terço a mais do que o ideal diminui em três anos a expectativa média de vida. “Para a maioria das pessoas, esse um terço significa carregar de 20 a 30 quilos a mais de excesso de peso”, comenta Gary Whitlock.


O artigo Body-mass index and cause-specific mortality in 900.000 adults: collaborative analyses of prospective studies, que será publicado em breve na revista The Lancet , revela que a obesidade moderada ou sobrepeso (IMC entre 30 e 35) estatisticamente é bastante comum, mas tem apenas um terço do efeito do tabagismo sobre a mortalidade. Apesar de mais rara, a obesidade severa (IMC de 40 a 50) tem efeito semelhante ao hábito de fumar.


Conscientização e Vida Saudável
Para o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), endocrinologista Marcio Mancini, os dados revelados pelo estudo da Universidade de Oxford são preocupantes, mas também podem ser vistos por um ponto de vista menos negativo. Segundo o especialista, eles podem ser usados como argumentos para conscientizar a população, já que “dizer que a pessoa vai viver cinco anos a menos se estiver obesa causa um impacto muito maior do que tentarmos explicar que aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e gordura no fígado, alguns tipos de câncer, apneia do sono etc”. Ou seja, podem funcionar como fortes motivações para que o paciente obeso procure tratamento.


Para o endocrinologista João Eduardo Salles, coordenador do site da ABESO, o estudo divulgado “confirma a hipótese de que a obesidade deve realmente ser encarada como doença crônica, pois sua presença aumenta as comorbidades e a morbidade dos pacientes. Ou seja, favorece o aparecimento de outras doenças”. Dentre elas, o especialista cita a doença cardiovascular, “a mais associada ao desfecho ruim destes indivíduos.


Ele ressalta que o sobrepeso também está associado a estas comorbidades, “sendo que qualquer aumento de peso é prejudicial à saúde das pessoas. Portanto’, finaliza, ‘uma vida saudável, com alimentação adequada e prática de atividade física, para manutenção do peso, é fator primordial para a quantidade e, principalmente, para a qualidade de vida”.


Leia mais:


http://www.abeso.org.br/le_noticia.php?rnd=15900671&idnot=224  


http://www.abeso.org.br/le_noticia.php?rnd=18218171&idnot=51


 

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