10 de março de 2009
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Crescem Investimentos e Número de Cirurgias Bariátricas

Por Beth Santos


Levantamento do Ministério da Saúde mostra que aumentou em 542% a oferta de cirurgia bariátrica nos hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O cálculo tomou por base o ano de 2001, data em que o procedimento começou a ser realizado na rede pública, e quando somente 497 cirurgias foram feitas em todo o país. Em 2008 foram 3.195.


O custo do investimento no ano passado foi de R$15.736 milhões, o que significa um aumento de 1.765% comparado a 2001 (R$1.237 milhão). Neste ano, havia 18 estabelecimentos credenciados. Hoje, são 58. São Paulo foi o estado que realizou o maior número de cirurgias: 1.068 procedimentos. Em segundo e terceiros lugares estão o Paraná (954) e Santa Catarina (344). O público feminino liderou o ranking. Foram 2.639 cirurgias realizadas em mulheres e 556 em homens. Ou seja, cinco vezes menos.


Aquém das Necessidades
O vice-presidente executivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro do Departamento de Cirurgia Bariátrica da ABESO, Dr. Hilton Libanori, lembra que os números divulgados “se referem somente ao SUS e estão muito aquém das necessidades”. Segundo ele, o volume de cirurgias relatado em 2001, de 497 procedimentos, “é irrisório. Fazer qualquer cálculo percentual sobre esse número é um ótimo exemplo de sofisma. 542% a mais do que quase nada continua senso muito pouco”. O especialista afirma que “no ritmo de 2008, levaríamos 1700 anos para operar todos os candidatos atuais à cirurgia, sem levar em conta o aumento natural da demanda. Mas a manchete dá a falsa impressão de que muito foi feito”.


O Dr. Hilton Libanori prossegue dizendo que “se calcularmos o que foi pago por procedimento, no entanto, podemos tirar algumas conclusões. Em 2001 o SUS desembolsou, por cada operação, somente R$2.488,93. Em 2008 esse valor quase dobrou, subindo para R$4.925,19”. Segundo o especialista, isso poderia explicar o aumento do número de estabelecimentos habilitados para realizar as operações.


Ele prossegue afirmando que “de qualquer forma, mesmo com esse valor, os serviços de cirurgia bariátrica do SUS serão deficitários na maioria dos casos. Sustentam-se pelo interesse de hospitais-escola, na sua maioria, que mantêm um serviço de cirurgia bariátrica não somente com fins assistenciais, mas de ensino e pesquisa. No entanto, raramente permitem um fluxo maior de operações, o que acarretaria mais prejuízo”. O Dr. Libanori ressalta que o que for gasto pelo SUS em serviços de excelência em cirurgia bariátrica voltará como economia a longo prazo, “e isso já está provado”. Então, indaga, “por que não encarar realmente como investimento e elevar esses números para alguma coisa condizente com a demanda de mais de 3,7 milhões de doentes? Ele conclui dizendo que “infelizmente, o que foi feito até hoje foi muito pouco para ser divulgado com números sensacionalistas”.


Quando Fazer a Cirurgia
A diminuição do tamanho do estômago para perda de peso, ou cirurgia bariátrica, é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher. O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas –  além da ausência de distúrbios psiquiátricos. Também pode ser indicada quando a pessoa vem ganhando peso nos últimos cinco anos, sem apresentar resposta satisfatória a tratamentos convencionais.


Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o Brasil tem 3 milhões e 73 mil obesos mórbidos.

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