29 de fevereiro de 2016
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Aprovado novo medicamento antiobesidade no Brasil

A liraglutida agora tem seu uso aprovado para tratamento da obesidade e chega ao mercado com o nome de Saxenda. A resolução 504/2016, da Anvisa, foi publicada no Diário Oficial da União. O medicamento ainda não está disponível para a venda, tendo em vista que acabou de ser aprovado e agora segue para a fase de produção.

Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o medicamento em dezembro de 2014, como uma opção de tratamento para o controle crônico do peso corporal, associado a uma dieta reduzida em calorias e à prática de atividade física regular.

A liraglutida, principio ativo do Saxenda, é um agonista  do receptor de GLP-1, um hormônio produzido no intestino na presença de alimentos. O GLP-1 atua em regiões críticas do sistema nervoso central envolvidas na regulação do apetite. Estudos demonstraram que a administração de liraglutida aumenta a produção de substâncias anorexigênicas no hipotálamo, levando ao menor consumo de alimentos, o que favorece a perda de peso. Também foi demonstrado em animais que o uso de GLP-1 modifica a preferência alimentar, reduzindo a busca por alimentos ricos em açúcar e gordura. Durante o programa de desenvolvimento da droga, o uso de Liraglutida associado a dieta hipocalórica foi associado a maior perda de peso em relação ao grupo que recebeu placebo. 

Para a presidente da Abeso, a endocrinologista Cintia Cercato, essa é uma ótima noticia. "Temos muito poucas opções farmacológicas aprovadas para o tratamento da obesidade em nosso país (apenas Sibutramina e orlistate). A obesidade é uma doença complexa, crônica e recidivante e que deve ser tratada com seriedade", destaca. Para ela, ampliar o arsenal terapêutico é importante uma vez que temos um percentual elevado de pacientes obesos que precisam de tratamento. A medicação passou por todas as etapas de pesquisa exigidas pelas agências regulatórias e teve sua segurança e eficácia comprovadas. A presidente ressalta, ainda, que os individuos obesos não devem fazer uso da medicação  por conta própria, sem acompanhamento médico. "Como todo remédio essa medicação tem contra-indicações e efeitos colaterais e somente o médico é capaz de avaliar o risco beneficio para cada caso", reforça Cercato.

Segundo o diretor da Abeso, Bruno Halpern, com bons resultados nos testes clínicos, "o objetivo do medicamento não é fazer milagres nem ser o caminho mais fácil (como muitos preconceituosos contra os obesos apregoam), mas sim permitir aos obesos que melhorem suas condições clínicas e diminuam seus riscos, ao perder peso". Halpern ressalta que quanto mais medicações antiobesidade tivermos, maior a chance de se encontrar a melhor medicação para cada paciente, "além de ser uma vitória dos estudiosos da obesidade que, a despeito do imenso preconceito, conseguem mostrar, ano após ano, década após década, que obesidade é uma doença que merece ser tratada, e cujo estudo deve ser respeitado", completa.

Estudos sérios e aprofundados, de larga escala, apontam que, com dieta e exercícios, apenas 10% dos obesos conseguem perder e manter mais de 10% de peso em um ano. "Por isso outras estratégias são importantes", finaliza o endocrinologista.

A liraglutida é um medicamento injetável. 

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