30 de março de 2023
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A história de Fernanda Sais

O depoimento abaixo faz parte de uma série de textos enviados por pessoas com obesidade e selecionados para a nossa campanha, realizada ao lado da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Síndrome Metabólica) e da World Obesity Federation

Ele foi enviado por Fernanda Amadei Sais, de São Paulo, capital. Leia a seguir.

“Tenho obesidade desde criança. Sofri muito estigma desde cedo, inclusive ao ter meu IMC calculado na escola, como vejo que ainda acontece hoje, porque trabalho com produção de materiais didáticos.

Tenho zero dificuldade para emagrecer. Já emagreci dezenas de quilos inúmeras vezes. O problema é conseguir manter o peso. Porque, sempre que acontece alguma coisa que tira o foco da rotina de emagrecimento – como uma demanda maior de estudo ou trabalho ou, ainda, algum evento traumático na vida pessoal – , acabo ganhando peso novamente, até mais do que perdi.

Tem médico que a gente chega com uma queixa que não tem nada a ver com peso e diz: ‘só volte aqui quando você emagrecer’. Acompanho todo o ativismo de pessoas gordas sobre gordofobia e tudo que encontro na área da saúde sobre obesidade.

Sou o meio-termo. Sou bióloga, com mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo). Trabalho, como mencionei, com produção de materiais didáticos para o ensino básico e formação continuada de professores de Ciências, Biologia e Educação Física.

Tento analisar da melhor forma os argumentos que encontro em diferentes produções de conteúdo que envolvem obesidade e gordofobia. Acho que todo mundo tem que estar disposto a ceder um pouco e ouvir o outro. Inclusive, entendendo questões socioeconômicas pertinentes – e que já foram objeto de estudo. Senão, não vejo solução possível.

Eu, particularmente, hoje sou uma pessoa com obesidade grau 3 e com alterações nos exames. Entendo perfeitamente que meu tratamento envolve perda de peso. Mas penso que esse não é o caso de todo mundo! Existem pessoas com obesidade que são atletas, super ativas, se alimentam de forma equilibrada e que estão com todos os exames normais. E, no entanto, elas são estigmatizadas mesmo assim. Entendo total o sofrimento delas e a negação em relação a se verem como pessoas doentes.

Gostaria muito que o diálogo incorporasse questões relacionadas, também, a esse ponto de vista

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