20 de abril de 2018
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A relação entre áreas verdes e obesidade

Estudo revela que ter um espaço verde, como parques ou praças, em áreas próximas à residência, pode não ter qualquer impacto sobre a quantidade de exercício realizado ou níveis de obesidade

 

O estudo Urban green space and obesity in older adults: Evidence from Ireland, promovido pelo Economic and Social Research Institute (ESRI) e publicado na revista SSM – Population Health, chegou à conclusão que ter um espaço verde, como parques ou praças, em áreas próximas à residência, pode não ter qualquer impacto sobre a quantidade de exercício realizado ou níveis de obesidade.

Algumas pesquisas internacionais sugerem que espaços verdes, como parques em áreas urbanas, podem estimular a atividade física e ajudar a reduzir a obesidade na população que vive nestas regiões. No entanto, os pesquisadores encontraram dificuldade em verificar esta relação, especialmente pelo fato das taxas de obesidade serem influenciadas por diversas características e comportamentos socioeconômicos.

Neste estudo, os autores associaram o IMC a uma grande amostra representativa de pessoas com mais de 50 anos que vivem em áreas urbanas das cidades irlandesas de Dublin, Cork, Galway, Limerick e Waterford. Por meio dos mapas digitais do European Urban Atlas, obtiveram informações sobre a existência de áreas verdes próximas das residências dos participantes.

Os autores calcularam as áreas verdes em um raio de 1,6 quilômetro ao redor da casa de cada participante e classificaram os participantes em cinco grupos, conforme a dimensão das áreas verdes disponíveis a cada um.

Em seguida, foram utilizadas ferramentas estatísticas para verificar se aqueles que vivem em áreas com mais ou menos espaço verde estão em maior ou menor risco de obesidade, avaliando também outras características socioeconômicas.

 

Resultados

Segundo a pesquisa, quase quatro em cada cinco adultos irlandeses com mais de 50 anos estão com sobrepeso ou obesidade, de acordo com as medidas do índice de massa corporal (IMC).

As pessoas que vivem em áreas urbanas com uma quantidade média de espaço verde mostraram um risco menor de obesidade do que aqueles que vivem em áreas urbanas com maior ou menor quantidade de espaços verdes, segundo o estudo.

Esta diferença é estatisticamente significativa: as pessoas que vivem em áreas com a menor ou maior parcela de espaço verde têm 13% mais chances de ser obesas do que aquelas que vivem em áreas com quantidades médias de espaço verde.

 

Obesidade x atividade física ao ar livre

Parece óbvio imaginar que aqueles que vivem em bairros urbanos com muito pouco espaço verde teriam um risco maior de obesidade. No entanto, quando analisaram o grupo com maiores áreas verdes, os pesquisadores perceberam que estes também traziam taxas elevadas de obesidade. A partir daí, surgiu a hipótese de que outras características da paisagem urbana possam afetar a relação entre estes espaços verdes e a obesidade.

Para os pesquisadores, os espaços verdes não bastam estar disponíveis, têm de estar acessíveis. Estes locais devem, de alguma forma, atrair os moradores da região para a prática da atividade física e, assim, trazer benefícios para a saúde destas pessoas. Talvez algumas áreas verdes não possuam trilhas, já que estão em áreas externas menos densas das cidades, fazendo com que os moradores locais não frequentes os locais tanto quanto aqueles em áreas mais densamente povoadas, e que dispõem de infraestrutura adequada para as caminhadas, por exemplo.

Com estes resultados, os pesquisadores não descartam a possibilidade de que o menor risco de obesidade em áreas com níveis médios de verde possa ser impulsionada por outros fatores não identificados, mas que afetam o IMC nessas áreas. No entanto, dados mais detalhados sobre o uso das áreas verdes, como por exemplo incluir nos estudos a acessibilidade das áreas verdes, são necessários. Só assim será possível entender melhor as complexas relações entre as características destes espaços e o comportamento da população para a melhoria da saúde.

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