27 de julho de 2017
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Os riscos da obesidade também podem atingir indivíduos com peso normal

Obesidade e peso excessivo são um grave problema de saúde pública, que atinge especialmente países desenvolvidos. A gravidade destas condições ficou ainda mais evidenciada esta semana, com a publicação do estudo Overfat Adults and Children in Developed Countries: The Public Health Importance of Identifying Excess Body Fat no jornal Frontiers in Public Health.

A publicação trouxe, entre outros dados alarmantes, que adultos com peso normal, que apresentam gordura acumulada apenas em determinadas partes do corpo, também correm sérios riscos, semelhantes aos relacionados ao sobrepeso e à obesidade.

Estes dados, somados à constatação de que mais de 70% dos adultos nos Estados Unidos são obesos ou apresentam excesso de peso, revelam uma pandemia de gordura, que vem estabelecendo uma crise na saúde pública não apenas norte-americana, mas em todo o mundo.

Além dos Estados Unidos, o estudo verificou situação semelhante em países como Nova Zelândia, Grécia e Islândia, com taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade de até 90% em adultos e 50% em crianças.

Segundo os pesquisadores, esta pandemia global gera não apenas uma crise de saúde pública grave, mas também representa um risco para a economia mundial.
 

A obesidade nos países desenvolvidos

A prevalência da população com sobrepeso e o seu crescimento nos 30 países mais desenvolvidos do mundo são substancialmente maiores do que as médias globais.

Já não é novidade que os problemas relacionados aos altos níveis de gordura corporal preocupam mais do que desnutrição ou doenças infecciosas. O excesso de peso está diretamente relacionado a inflamações crônicas, hipertensão, dislipidemia, doenças coronárias, acidente vascular cerebral, câncer, diabetes tipo 2, doença da vesícula biliar, osteoartrite, doenças pulmonares, apneia do sono, entre muitas outras condições clínicas.

Embora a prevalência do sobrepeso e obesidade sejam bem conhecidas, muitos indivíduos com peso normal e não obesos também têm apresentado níveis de excesso de gordura corporal que podem afetar negativamente sua saúde.

Estes indivíduos, considerados metabolicamente obesos, desenvolvem doenças associadas à obesidade, como doença cardiovascular ou diabetes tipo 2, mesmo apresentando IMC normal. Esta condição clínica pode se agravar progressivamente, elevando as taxas de morbidade e mortalidade e reduzindo potencialmente a qualidade de vida.

 

Obesidade metabólica

O acúmulo de gordura abdominal e visceral independente do peso, e pode atingir indivíduos com IMC normal.

Isso acontece pelo fato da medida de IMC não diferenciar massa gorda de massa magra, nem gordura central de gordura periférica. Há também variação considerável na relação das medidas de IMC e porcentagem de gordura como medida preditiva de adiposidade e risco para a saúde entre os diferentes grupos étnicos.

Diante destas constatações, os pesquisadores alertam para a necessidade de definições atualizadas de obesidade baseada também na adiposidade, e não apenas no peso corporal. Esta atualização poderia beneficiar as políticas de saúde pública que visam a redução dos fatores de risco, prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida da população mundial.

 

Fatores de risco subclínicos

Diante dos achados do estudo, os pesquisadores estão convencidos que o potencial de um único fator de risco não deve ser subestimado e pode ser o primeiro sinal de uma doença futura, mesmo em indivíduos com peso adequado.

O National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) III já havia estabelecido a relação entre saúde e nutrição na população dos Estados Unidos, quando verificou, em um grupo de adultos de peso normal, mas alto índice de gordura corporal, que o aumento da gordura corporal também levou ao aumento da prevalência de síndrome metabólica.

Conclusão

Ainda que diversos estudos, baseados em IMC, apontem para um nivelamento no aumento das taxas de obesidade em alguns países desenvolvidos, a incidência de adiposidade central – acúmulo de gordura visceral na região abdominal, segue aumentando. Esta forma de gordura é preocupante e tem atingido até 50% das pessoas com peso normal e não obesos dos Estados Unidos, chegando a mais de 68% das mulheres.

Independentemente dos valores de IMC, profissionais de saúde devem estar atentos aos indivíduos com excesso de gordura corporal, que estão sujeitos a fatores de risco aumentado para doenças relacionadas à obesidade, bem como maior morbidade e mortalidade e redução da qualidade de vida.

 

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