06 de julho de 2017
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Alerta: porções de alimentos vêm aumentando ao longo do tempo

Pizza, bolo e sorvete foram os alimentos com maior variação. Entre as bebidas alcoólicas, 
vinho e cerveja aparecem na frente

 

O estudo Changes in Typical Portion Sizes of Commonly Consumed Discretionary Foods among Australian Adults from 1995 to 2011–2012, de autoria de Miaobing Zheng, Anna Rangan, Beth Meertens e Jason H. Y. Wu, teve por objetivo observar as alterações sofridas nos tamanhos das porções dos alimentos consumidos por adultos australianos no período de 1995 a 2011-2012.

Foram utilizadas informações da Pesquisa Nacional Australiana de Nutrição referentes a indivíduos com 19 anos de idade ou mais. Os pesquisadores também identificaram as porções médias dos catorze alimentos mais presentes na ingestão diária desta população.

Ao final, dez destes catorze alimentos demonstraram mudança significativa nas porções consideradas padrão ao longo dos anos. Entre os alimentos cujo consumo aumentou, estão pizza, bolo, linguiça, barra de cereais, carne processada, sorvete e vinho.

A pizza e o bolo foram aqueles que apresentaram os maiores aumentos. As porções em 2011-2012 estavam, respectivamente, com um crescimento de 66% comparadas ao que era que consumido em 1995. Outro produto em destaque no estudo é o sorvete, com porções 39% maiores atualmente. Entre as bebidas alcoólicas, as doses de vinho e cerveja cresceram 36% e 13%, respectivamente. As salsichas, carne processada e as barras de cereais aumentaram, pela ordem, 29%, 24% e 17%.

Houve, no entanto, redução em alguns grupos, como doces, lanches e batatas fritas, que diminuíram 10% a 40% ao longo do tempo. Já biscoitos, chocolates, bebidas açucaradas e cerveja não sofreram alteração.

No geral, entre aumentos e reduções, a pesquisa revelou que as chamadas ‘junk foods’ contribuem atualmente, na Austrália, com aproximadamente um terço da ingestão diária, o que, para o autor principal do estudo, Miaobing Zheng, do George Institute for Global Health, da Faculdade de Medicina de New South Wale, na Austrália, oferece muito pouco benefício nutricional e contribui para um grande problema naquele país: o crescimento da obesidade.

 

Reduzir: a chave para o equilíbrio

As evidências científicas de que o tamanho das porções interfere no equilíbrio energético da alimentação são cada vez maiores. Em ambientes experimentais, oferecer porções maiores leva ao aumento da ingestão de alimentos e bebidas, sem que haja redução compensatória nas refeições subsequentes.

Esse efeito tem sido observado tanto em crianças como em adultos, independentemente de gênero ou Índice de Massa Corporal (IMC). A disponibilidade contínua de porções maiores pode, portanto, resultar em aumento do consumo calórico e no aumento do risco de desenvolvimento de obesidade.

A ingestão de grandes quantidades de alimentos, como bebidas açucaradas e doces em geral, tem sido observada por especialistas com grande preocupação. Atualmente, em muitos países, a oferta irrestrita de alimentos e bebidas é excessiva.

Dado o importante papel de controlar a quantidade ingerida para manter o equilíbrio energético, é necessário investigar o tamanho padrão das porções dos alimentos e como isso pode estar mudando ao longo do tempo. Identificar as categorias de alimentos consumidos em grandes porções e aqueles que mais têm aumentado ao longo do tempo é importante para a implementação de políticas que visem adequar o tamanho destas porções.

 

Trabalho em equipe

Outro fato que veio à tona no estudo é que o aumento das porções ocorreu especialmente nos alimentos consumidos fora de casa, como pizza, bolo ou sorvete. Diante disso, os pesquisadores sugerem que os estabelecimentos que comercializam alimentos poderiam ser encorajados a adotar estratégias para ajudar os consumidores a controlar o tamanho das porções, oferecendo, por exemplo, porções menores.

A pouca variação vista em produtos comumente obtidos em supermercados e outros estabelecimentos de varejo, como biscoitos, chocolates e bebidas açucaradas, pode ser um indício que as porções, nestes casos, são determinadas pelo tamanho dos pacotes vendidos, que também não sofreram alteração ao longo dos anos. Esta seria, portanto, uma grande oportunidade de envolver os fabricantes de alimentos e incentivá-los a também oferecer produtos em embalagens menores.

 

Conclusões

Os pesquisadores concluíram, ao final do estudo, que os tamanhos padrão das porções aumentaram entre os alimentos mais consumidos entre adultos australianos de 1995 a 2011-2012.

Os padrões destas mudanças acompanham os indivíduos de mesma faixa etária, gênero e situação socioeconômica. Este fato sugere que estratégias populacionais que permitam aos consumidores escolher porções menores de alimentos e bebidas são importantes para reduzir o consumo excessivo desses produtos.

Os achados sugerem que pesquisas alimentares contínuas sejam realizadas ao longo do tempo para monitorar as tendências no tamanhos das porções consumidas, avaliando a necessidade e promovendo intervenções políticas em benefício da população.

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