22 de abril de 2009
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Inatividade Leva Crianças à Obesidade nas Favelas

Por Beth Santos


Estudo da Universidade Federal de Pernambuco revela que crianças das favelas de Recife, PE, apresentam taxa elevada de obesidade: 12,3% . Os autores da pesquisa descobriram também que os mais obesos ou com maior  sobrepeso são os mais inativos. Na faixa dos 7 aos 10 anos, 733 crianças foram investigadas, selecionadas de um total de 9315 moradores das favelas Fragoso e Caranguejo, na região metropolitana da capital.


Segundo revelaram os autores do trabalho publicado no Jornal de Pediatria, “não houve associação entre excesso de peso e sexo, renda familiar, escolaridade materna, número de irmãos ou horas diárias de assistência à televisão. Entretanto, observou-se maior número de crianças com inatividade física entre aquelas com sobrepeso e obesidade”. Alves, Siqueira e Figueiroa, autores da pesquisa, explicam no texto que percentis acima de 85 e 95 para o IMC foram considerados, respectivamente, como sobrepeso e obesidade, de acordo com valores do Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos EUA. A atividade física foi avaliada a partir de questionários aplicados às crianças na presença das mães.


Transição Nutricional
Considerada “a doença crônica mais prevalente na população infantil”, segundo a nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), a taxa de obesidade vem aumentando em todas as faixas etárias nas últimas três décadas devido, especialmente, à diminuição da atividade física e à piora da qualidade alimentar.


De acordo com a especialista, os dados do estudo da UFP “refletem a transição nutricional que vem ocorrendo no Brasil nas últimas três décadas”. A Dra. Mariana Del Bosco comenta que “ao se comparar estudos da década de 70 e estudos atuais, verifica-se diminuição nos indicadores de desnutrição e aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade”. Ela cita que em estudo de 2002, Wang e colaboradores “identificaram que a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes brasileiros de 6 a 18 anos triplicou, e que as taxas de sobrepeso no país aumentam cerca de 0,5% ao ano, enquanto as taxas de subnutrição diminuem cerca de 0,3% ao ano”.


Estímulo ao Esporte
Por tudo isto, a nutricionista afirma que estratégias de saúde pública para programas de educação alimentar e estímulo à prática de atividade física “são fundamentais”. Ela comenta que “em áreas urbanas e pobres há uma grande dificuldade para a prática de exercício, já que a violência e a falta de espaços adequados são fatores limitantes. Nesse sentido, os programas de saúde precisam incluir a criação de espaços adequados e seguros. A escola
deve ter um papel fundamental não só para a propagação de conhecimento acerca da saúde, mas também para a integração da população, inclusão social e estímulo ao esporte”.


Leia mais:
http://www.abeso.org.br/le_noticia.php?rnd=23295796&idnot=227 
http://www.abeso.org.br/le_noticia.php?rnd=23386140&idnot=217 
http://www.abeso.org.br/le_noticia.php?rnd=23521593&idnot=13


 

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